Ampulheta

Uma parte de mim suspeita, duvida
Uma outra, tanto acredita
Se ainda és capaz de me deixar inquieta
percebo que és o melhor pra mim, pois me faz questionar
a todo o tempo
se sou eu mesma quem o deseja
ou se criei algo pra apegar-me
Não deixo de amar-te, a meu modo, um só segundo
Digo ao meu modo porque me pareço tão diferente dos demais
- e não é por necessidade de ser distinta, mas, por fato, observação -
nem posso dizer que seja tão bom assim se analisar.
Sinesteticamente penso, sinto, falo, vejo, toco
Você me parece inteiro, ao meu lado, em mim
Penso se saberá esperar-me como diz...

Se o forte virar fraco
se o fraco torna-se forte
se a ausência da carne toca a ausência do espírito muita além do que eu imaginei
se na distância das bocas, perdem-se as palavras
se na ausência do toque, findam-se as carícias imaginárias, outrora tão presentes, reais, profundas, sentidas a cada pensamento em flor

Penso, sinto, dou-lhe toques, carícias, abraços, você ainda os sente?

Mesmo com a água da chuva e a brisa do vento, continuas a sentir meu gosto?meu cheiro? meu gozo?

Não prendo você, não o prendo a mim,
apenas gostaria de viver ao seu lado

algum tempo ou muito tempo

apenas não podemos nos perder em meio a ele...

Vamos parar os ponteiros!!

Deixem-os rodar novamente quando nossos lábios se unirem

Assim, não teremos sentido tanto esse vazio

Essa ampulheta de tempo

Esta falta de nós dois, juntos, enfim.








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