Rio

Me lembro das ruas do Catete onde começavam minhas andanças por um universo desconhecido!
Eram apenas 16 anos mas, uma plena sensação que o Rio era minha casa
Algo me dizia que seus becos me pertenciam
Algo me levava a lugares e pessoas certas
Meio mágico, entre tantas coisas rudes, que diziam acontecer...
Comigo, só o melhor acontecia!
Música, poesia, amigos, diversão
Era como se a luz e a sombra fossem me protegendo
De dia, noite e madrugada
saía só pela cidade
num táxi qualquer
e sempre chegava!
Quantos carnavais, anos novos, férias
quantas pessoas interessantes!
Num dia de carnaval
andei de moto por suas ruas
com um músico que conheci,
ele me mostrou a cidade
e me levou ao melhor carnaval que já assisti!
Por incrível que pareça,
era no arco da Lapa
bonecos, fanfarrões, gigantes desenhos coloridos
meus olhos brilhavam sem flanar,
eram ávidos por vida e calmaria era algo que eu não queria,
não mesmo!!
No esvair da noite
sentada ao chão, senti a dor de uma criança sem norte
sem sorte e sem esperança
Sua mãe? cobrava-lhe as vendas
Ela? 9 anos
Senti o porque o Rio me sorria,
percebi que sentia
diferente dos que apenas passavam
Sentia suas crianças, seus perdidos na violência
Sentia sua pobreza, sua riqueza
sua alegria e sua tristeza
O Rio me sorria
porque nunca briguei com ele!

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