Conexões

Encontro vida em mim a cada ato simples que faço:
....quando o ar entra em meu corpo refrescando minhas narinas, expandindo meus horizontes dentro de um espaço antes vago que outrora se preenche com estes vários cheiros misturados e tão bem decodificados de tudo aquilo que a natureza tenta transpor...
....quando sinto meus tendões tão bem articulados que em sua força e total exatidão se destaca entre mãos, pernas e pés fazendo com maestria o papel de ligar as conexões e movimentar as partes...
...quando sinto a pele seca, quase pedindo por ser sentida e acariciada, ávida por banho de óleo vegetal
...quando a mente me intriga, além das outras percepções, pois tem um universo de coisas que sinto, vejo e participo sem nunca sequer ter presenciado. Acredito na possibilidade de decodificarmos o pensamento humano em certos aspectos mas nunca em sua totalidade. Acredito na ciência mas existem limitações que, até por ser ciência, ela se auto-estabelece. Há coisas que demandam um maior grau de conhecimento e de abstração.
Quanto mais meus olhos se cerram sobre as minúsculas letras dos textos e livros percebo que ao se fecharem continuam em movimento, as conexões neurais funcionando em alta rotatividade e levando a um olhar, antes desconhecido, que fica entre os olhos reais, sentidos frente a face, e os olhos interiores - um espaço vago entre os olhos e a mente. E como se a imagem se formasse ali, nesse espaço. A imagem vem em formas de figuras e letras, muitas vezes abstratas, mas que mostram perfeitamente que o conteúdo interno do que foi externo a mim está sendo absorvido e transmutado para informações concretas, de sentido real, para serem vistas e depois aceitas pelos olhos reais. Essa percepção me fez acreditar pouco mais nos conceitos da holografia.

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